26 de abril de 2010

Conclusões do IX Encontro Regional de Educação Ambiental e Eco-Escolas

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Como principais objectivos, o IX Encontro Regional de Educação Ambiental e Eco-Escolas, pretendeu proporcionar a possibilidade de se adquirirem conhecimentos, valores, aptidões para proteger, melhorar e acarinhar o ambiente e partilhar práticas e experiências para uma educação e formação de cidadãos ambientalmente cultos, intervenientes e preocupados com a defesa e melhoria da qualidade do ambiente natural e humano.

Assim sendo, este encontro mobilizou cerca de 120 educadores, professores, técnicos do ambiente e investigadores, na reflexão e procura de novas formas de acção numa área mui nobre, como o ambiente.

A sessão de abertura reforçou e congratulou todos os esforços desenvolvidos em prol desta temática e permitiu que se sonhe mais alto e se alargue ainda mais a educação ambiental, tornando-a um dos pilares da formação dos cidadãos.

A primeira intervenção, a cargo do Dr. Pierluigi Bragaglia proporcionou-nos uma aula na natureza e apresentou-nos recursos/ideias/sugestões utilizados em Palau’s, pequeno país insular da Micronésia, e passíveis de se aplicar na realidade açoriana, valorizando os circuitos pedestres como meio promotor, por excelência, do eco-turismo.

O Parque Natural da Ilha do Faial, apresentado pelo Eng. João Melo, tem como objectivo estabelecer uma rede ecológica coerente que permita um elevado nível de identificação entre os valores a proteger, sejam estes naturais, paisagísticos ou culturais e o nível estatutário atribuído às áreas protegidas.

As alterações climáticas nos Açores foram o mote para o debate apresentado e moderado pelo Prof. Dr. Brito de Azevedo, concluindo-se que só de forma esclarecida e com base em conhecimentos detalhados dos nossos condicionalismos e potencialidades, será possível enfrentar, com êxito, as mudanças que se adivinham resultantes das alterações climáticas, mantendo a nossa tradicional relação com o território, com o mar e com os elementos do clima, factores indissociáveis da nossa personalidade.

Os SIG’s, Sistemas de Informação Geográfica, expostos pela Drª Andreia Porteiro, possibilitam e facilitam a análise, gestão e representação do espaço e dos fenómenos que nele ocorrem.

E num Arquipélago como os Açores que apresenta uma rica e vasta geodiversidade e um importante património geológico, composto por diversos locais de interesse científico, pedagógico e turístico, o Geoparque mostra-se como a base da estratégia para a promoção do bem-estar das populações, mantendo o máximo respeito pelo ambiente. O Dr. Paulino Costa apresentou este Geoparque como uma mais-valia para a geoconservação, a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável.

A biodiversidade marinha e a importância desta no turismo dos Açores, foi trazida a este Encontro pelo Prof. Dr. João Gonçalves que ao apresentar dados relativos à diversidade biológica marinha sublinhou a necessidade de se conservar este rico património existente e regulamentar as actividades marítimo-turísticas para que se possa oferecer um turismo de excelência nesta região.

A Mestre Fernanda Serpa transmitiu a importância do trabalho de campo no ensino da Geografia, como um meio de providenciar ao aluno uma ferramenta e um método geográfico essencial. Citando o grande geógrafo Orlando Ribeiro, pai da geografia em Portugal, “no campo, é onde realmente se aprende a observar e a interpretar a paisagem e a relacionar os acontecimentos”.

A preocupação da autarquia local na gestão dos resíduos e na educação ambiental foi partilhada neste encontro pela Eng.ª Sofia Matos que apresentou os diversos projectos criados e desenvolvidos pelo município, expondo o mais recente projecto de educação ambiental, que visa uma sensibilização directa a toda a comunidade pela simpática mascote, o Ambi.

A partilha de ideias e actividades no Projecto Eco-Escolas, apresentados pelos professores Laureta Silva e Álvaro Areias, proporcionaram um momento de debate e troca de experiências enriquecedoras e ilustrativas do objectivo fundamental deste projecto, a educação ambiental dos jovens. Partilhou-se, também, a necessidade de valorizar os docentes nesta tarefa, por vezes hercúlea, com a regulamentação de tempos não lectivos dedicados à coordenação destas actividades nas escolas.

Esta manhã, experimentou-se:

a reutilizar com arte;

a contar histórias amigas do ambiente;

a conservar endémicas;

a seguir o ciclo de separação de resíduos sólidos urbanos e;

a desenvolver experiências laboratoriais, como a produção do bio-diesel

Este encontro não ficaria completo sem o contacto directo com a natureza e a riqueza paisagística da Ilha do Faial. Deste modo foi possível deslumbrar os participantes com o Vulcão dos Capelinhos e o seu Centro de Interpretação, a Caldeira, a Furna Ruim e o Pico Verde. Lamentavelmente e por razões que nos ultrapassam e já apresentadas, não se realizou o circuito da Levada, um dos mais belos percursos dos Açores.

Em conclusão, atrevemo-nos a afirmar que vamos daqui mais ricos, pois o ressurgimento destes encontros contribuirá, certamente, para a qualidade do ambiente nos Açores, para uma melhoria da formação dos docentes, e consequentemente dos nossos jovens, bem como para o surgimento de projectos que têm, sempre, por objectivo a preservação e promoção do espaço natural.

Horta, 24 de Abril de 2010

FOTOS DO ENCONTRO